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Preciso começar esse depoimento com uma breve frase: confie no seu processo.
Desde o início da faculdade eu já tinha decidido o que queria fazer após a formação: ser juíza. Dediquei-me com afinco, muito embora trabalhasse muitas horas por dia e tivesse que estudar de madrugada, mas sempre com o desejo de concretizar meu sonho. Poderia aqui relatar toda a minha história, no entanto, precisaria de algumas páginas de um livro para tanto, de modo que trago apenas um breve relato.
Meu sonho de estudar para concurso foi adiado em algumas oportunidades em decorrência de doenças na família. Com a perda do meu pai, um dos maiores apoiadores que tinha, tive que reconstruir uma estratégia para não esmorecer. Passados dois anos da sua morte, chamei a família e avisei: hoje começo a minha jornada de estudo, pode durar anos, mas seguirei firme nela.
A partir daí, depois de alguns anos trabalhando numa vara de Fazenda Pública, na qual aprendi demais, entendi que a minha vocação não era aquela, mas da Justiça do Trabalho, que, aliás, estava no meu campo de visão da janela da minha sala de trabalho em Porto Alegre. E todo dia eu olhava para lá e dizia: ainda vou trabalhar ali.
Em setembro de 2014, sonhadora que sou, decidi iniciar os estudos direto na magistratura trabalhista. Pesquisei alguns depoimentos e vi indicação de um curso do Preparo Jurídico, que tinha recém-lançado o curso para o edital do concurso do TRT6, com prova para o início de 2015. Então, desde então, sempre contratei o curso do Preparo Jurídico, que era excelente, com leis destacadas, resumos das matérias e quinzenalmente trazia questões de segunda fase e sentença para treino e estudo.
Nas primeiras provas, fiquei na primeira fase, por um ou dois pontos. Então vi que não faltava conhecimento, mas o treino. Assim, depois de formar uma boa base, comecei a priorizar no estudo de questões; sobrando tempo, partia para lei seca, cada dia uma matéria, e se ainda sobrasse tempo, passava para a leitura de doutrina, artigos e questões de segunda fase já realizadas. Concomitantemente, passei a realizar provas de servidores de TRTs, obtendo sucesso em algumas delas, quando, então, fui nomeada técnica judiciária do TRT4 e analista judiciária do TST.
Passando para a segunda fase, também senti que falei inicialmente, porque apenas lias as respostas e não treinava. Após a primeira reprovação, o que faltava também o treino. Mais uma vez, mudei a rota: não apenas lia as respostas dos colegas, comecei a responder as questões aos sábados pela manhã, sempre comparando com o espelho de resposta. Do mesmo modo, comecei os treinos de sentença, quinzenal e aos domingos.
Já no concurso nacional, considerando a ausência de tempo para o estudo longo, dado o desempenho da função de diretora de vara, tive que ajustar as velas. Foquei na resolução de questões de todas as fases, usando o material atualizado do Preparo jurídico.
Quando aprovada na prova de sentença, começou um novo e desconhecido desafio, a prova oral. Sem ter muito norte de como estudar e como prosseguir, optei pelo curso de prova oral do Preparo Jurídico, o primeiro presencial e que me trouxe a tranquilidade que precisava para seguir em frente nos estudos dessa fase.
Hoje, juíza do trabalho, tenho muito a agradecer aos professores, aos colegas de concurso, aos amigos de concurso, aos meus entes, todos que participaram intensamente desse processo de construção pessoal e profissional. Por fim, agradeço aos muitos amigos que fiz nessa trajetória, os quais não quero nominar sob pena de esquecer algum, mas tenho certeza que todos sentirão o carinho dessa mensagem…
Feliz e ansiosa por essa nova etapa profissional na Justiça Social.
Giuliana Oliveira
Juíza do trabalho substituta no TRT da 14a. Região.
