Optei por ser juiz antes mesmo de começar meu curso de direito…loucura para muitos, mas foi exatamente assim o que fiz. Após graduação em economia, mestrado em economia, pós em gestão financeira de empresas, cursos variados na parte de finanças, aulas ministradas de economia internacional, e uma carreira bastante consolidada na área, decidi que aquilo não me fazia feliz. Havia casado recentemente, e minha Doce Adriana apoiou este projeto “doido”, que não era apenas do Fabiano, mas daquela “embrionária” família .
No decorrer desta jornada, Deus me concedeu o dom maior, o presente mais sublime que poderia me agraciar: a paternidade da minha linda Duda…e essa criança cresceu num ambiente de estudos concursais, sendo todo o tempo tolhida da presença do pai. Abandonar nunca foi uma opção, pois a vida é feita de exemplos, e minha filha precisava saber que a busca de um sonho deve ser com foco e obstinação.
Quando iniciamos a viagem concursal, recebemos um bilhete que indica a origem do trajeto, mas não sabemos onde isso vai chegar. O caminho é complicado, com obstáculos complexos, desvios que visam nos tirar o foco, e para piorar, muitas vezes o condutor (nós mesmos) ficamos num ardiloso jogo de boicote pessoal, seja duvidando de nossa capacidade, seja colocando dificuldades onde não existem, ou mesmo nos levando muitas vezes a um status de soberba (do tipo: isso é fácil, vou passar rapidinho).
Gente, isso que descrevi acima não é uma falácia, ou devaneios de uma noite de verão…foi algo que vivi mesmo, passando por todos estes momentos. Após alcançar minha segunda fase em meu segundo concurso, tinha certeza que passaria rápido, pois entendia ser alguém de boa redação, de bom conhecimento interdisciplinar, dentre outros. Sabe o que aconteceu: fiquei um ano perdendo por 1 ponto em provas de primeira fase.
Quando consegui superar de vez a primeira fase, passei na discursiva do TRT04 e cheguei na sentença…e sabem o que pensei: vai ser fácil, e irei passar rápido. Conclusão: não conseguia superar a segunda fase. Confesso que neste momento desabei, e pensei em desistir de tudo. Minha família já não tinha mais forças para sustentar aquilo. Neste momento, duas situações apareceram simultaneamente em minha vida:
• 1ª – Consolidei minhas amizades concurseiras – não tenham dúvidas, precisamos de nossos amigos que vivenciam este momento conosco. Ficamos chatos, só falando do mesmo assunto, e antigas amizades acabam afastando-se da gente. Uma pessoa especial apareceu e me tirou da lama: meu amigo Márcio Moura (ou mouramarc)…o que falar deste cara…é difícil viu!!! Este é um irmão que o concurso me concedeu. Com ele, muitos debates foram travados, brigamos muito, e nosso crescimento jurídico foi exponencial. Desse debate, surgiu um grupo de estudo, e desse grupo de estudo novas amizades, e destas amizades, novos irmãos: Diney, Joaquim, Flavinho, Edu, Jedson, Tony, Mauad, Leo Rascunho, Glauco, Cláudio, Diego e Ernesto.
• 2ª – Fui apresentado ao Curso Preparo Jurídico – eles simplesmente revolucionaram meu conceito de abordagem na discursiva e sentença. O que falar da Roberta e Roberto, que sempre buscam disponibilizar cursos em sua grade para suprir efetivamente a necessidade dos candidatos. O que falar de Juizes-Professores como meus amigos Luis Guilherme Bonin (que conseguiu me convencer que era possível concluir uma sentença com qualidade em 4 horas) e Fábio Moterani (que quebrou todos os paradigmas que eu possuía, bem como as verdades absolutas de enfrentamento de uma prova discursiva, apontando na ferida minhas falhas, e ajudando a formatação de um racional com “começo-meio-fim”…e aquela velha cerejinha para diferenciar a prova). Pessoal, muito do que evolui devo a este pessoal, e não existem palavras neste mundo suficientes que consigam materializar minha gratidão a vocês. Um curso preparatório
O mais interessante foi quando conseguimos agregar as duas situações acima: esse grupo de amigos fazendo os cursos do Preparo Jurídico…foi mágico, pois debatíamos muito: e-mail, “zapzap”, grupo de e-mail, telefone, skype…várias formas de crescer no direito. Por isso pessoal, recomendo de coração que sempre formem grupos de pessoas com interesses similares, e que vejam o Curso Preparo Jurídico não como um simples investimento para o concurso, mas sim como a chave que pode sim abrir as portas deste momento mágico em nossas vidas: a aprovação no Concurso da Magistratura.
Abraços a todos os amigos…e como sempre encerro meus textos…minhas costumeiras saudações tricolores.